quarta-feira, 13 de março de 2013

Qual a verdade, afinal?

Está rolando certo rebuliço nesses dias sobre um vídeo em que George Galloway responde a pergunta de um estudante de Oxford sobre Hugo Chavez, sobre o Irã e sobre os direitos dos homossexuais. Antes de ler meus comentários, assistam:

 

Ok, agora talvez você esteja pensando “wow, o cara arregaçou o garoto” ou também pode estar pensando “poxa, o cara deu uma viajada nas respostas”.

Seja qual tenha sido sua reação ao vídeo, qual desses pensamentos acima você mais se identificou?

A questão é, antes do debate sobre esse vídeo especificamente, o quanto você estudou sobre as questões apontadas? Quais foram suas fontes? Quais os interesses ocultos de quem noticiou os “fatos” que você leu? Afunilando, quão bem você sabe quem é George Galloway?

E não estou insinuando aqui para que a gente vire Ph.D. em tudo o que é postado por aí... mas tem sido prática comum ver as pessoas expressando suas opiniões sem conhecimento de causa, ou sem embasamento teórico, ou sem qualquer tipo de contra-argumentação.

Eu nunca fui muito fã de política, mesmo sabendo de sua importância, então nunca me aprofundei em leituras, teorias, notícias, etc sobre o assunto. Dessa maneira, não me considero apto para apontar o dedo a um vencedor ou perdedor nesse debate. Assim como não estudei as inúmeras nuances e delicadezas dos outros temas que o vídeo envolve, e muito menos sabia quem era o tal de Galloway antes disso tudo. Por isso não me exponho sobre o assunto.

Mas o que mais me intrigou foram alguns comentários que li em outros sites e blogs que postaram esse conteúdo. Afinal, conhecer do que se fala demanda mais trabalho do que replicar conceitos simples. Quem pesquisa se cansa muito mais, para comprovar o óbvio aos ignorantes por opção . . . (essas duas últimas expressões não são palavras minhas, são exemplos dos comentários que li).

É natural que nossa reação primária a qualquer assunto esteja baseada em nosso mapa mental de nossas vivências, aprendizados, de nosso repertório. Assim como duas pessoas que encaram uma moeda frente a frente enxergam duas verdades diferentes, e nem por isso há quem esteja errado. 

Você está enxergando apenas o seu lado da moeda!

O ponto que eu pretendo chegar aqui com vocês é apenas o da reflexão sobre como estamos consumindo a informação e, talvez pior, compartilhando o que recebemos. Com o fácil acesso a uma avalanche de notícias, o “conhecimento limitado sobre tudo” embota a mente das pessoas e as faz vomitar opiniões, verdades (?), preconceitos e outras bobagens (mais um trecho que veio dos comentários de terceiros).

Já vi inúmeros exemplos parecidos com esse, e sempre fiquei encucado com a facilidade que as pessoas saem compartilhando e opinando sobre tudo o que aparece pela frente. Não que elas não possam. Foi um direito conquistado e isso é ótimo para amplificarmos os debates, o conhecimento e tudo mais...

Apenas reflita sobre o que você tem compartilhado ultimamente nas suas redes. Você compartilhou como reação ao que sentiu logo após a mensagem? Ou, antes, tentou se aprofundar no assunto, pelo menos por 10 minutos, e pesquisar algumas outras opiniões em outros lugares? Tentou enxergar além do óbvio no que está ali? Com tanta informação nos cercando, está fácil acreditar nas fontes mais populares e apertar um botão de indignação e revolta.

Talvez esse seja um dos males de nossos tempos – com o poder da palavra em mãos, todos viramos donos da verdade. Pense nisso!